29º. Domingo do Tempo Comum


29º. DOMINGO DO TEMPO COMUM
         As pessoas têm o prazer em vencer! (Is 53,2a.3a.10-11).  Por isso têm gestos diferentes! Mas Deus tem outros pensamentos. Por isto a fala do “servo fiel”, já presente no Antigo Testamento (Primeiro Testamento). Daí então se torna necessário lembrar os outros domingos, que já refletimos, para estudar o texto de hoje. Observe a expressão “Servo fiel”!
Este servo se apresenta como humilde. Não tem nobreza. Nasce e cresce sem riquezas: [sem] carros do ano, internet, TV na parede, celulares, tablets, etc. (traduzindo na linguagem de hoje). Mas é discípulo missionário de Cristo - por isto - do Reino de Deus. Na humildade ele faz a sua parte de acordo com seus limites. Ele se parece como alguém numa terra sem água!
Mas Deus vê diferente o que os olhos humanos fiscalizam. Ou seja, o que o homem vê, Deus vê diferente. Deus vê a salvação do homem em seu sacrifício; doar-se pelos outros. O servo, mesmo humilhando-se, mostra que seu trabalho em favor dos valores do Reino – mesmo que pelo martírio – traz um novo alívio às pessoas daquela época.
Em Hebreus, na segunda leitura (Hb 4,14-16) vemos a resposta de Jesus ao enfrentamento do demônio. Vemos a graça de Deus agindo. O mesmo pode se dar conosco hoje, falando de maneira hermenêutica. Enfrentemos, portanto, nossas fraquezas com a graça de Cristo. Jesus nunca foi denunciado por causa do pecado, pois isto nele inexistia!
No Evangelho (Mc 10, 35-45) temos a ida de Jesus a Jerusalém. Seria o fim da viagem. E os discípulos se encontravam apreensivos. Sabemos que Jesus já tinha dito aos discípulos que iria sofrer: flagelado, insultado, e condenado à morte. Será que os discípulos não teriam vontade de mudar a rota do caminho de Jesus? Creio que nisto pensavam. Jesus revela seu caminho... Mas os discípulos, ainda presos em antigos pensamentos, pensam que Ele, indo à Jerusalém vai assumir o poder temporal. Algo completamente fora do projeto de Deus. O Reino Messiânico não fazia a esfera de Jesus.
Mas, neste momento surge um episódio que chama muito a atenção: a apresentação de dois discípulos: Tiago e João. Ambos querem lugares especiais no céu. Mas, pedem isto a Jesus de maneira ousada, na frente dos outros discípulos, achando que teriam a carteirinha de entrada na hora. Faltou humildade por parte deles. Sequer pediram “com licença”. Hoje quando a gente pede algo e não dá certo, logo dizemos: “desculpa ae”. Eles foram direto querendo a melhor poltrona. Sentar-se junto, um de cada lado. E os outros dez onde ficariam? Cuidado para que também nós hoje tenhamos as mesmas exigências. Afinal no Reino celeste todo e qualquer lugar é uma “poltrona” merecida que Deus nos dá, pois Ele não faz distinção.
Marcos relata o fato mesmo depois que um já era mártir [Tiago] e o outro, ainda na ação pastoral do anúncio do Evangelho. Ali, sempre o testemunho. Por isso, devemos sempre vigiar pelo lugar que devemos ocupar no Reino de Deus e não, apenas, de maneira leviana exigi-lo de Deus.
Tiago e João aceitaram os ensinamentos de Jesus com certa dificuldade. Havia questões para eles difíceis de serem compreendidas. Assim ainda hoje muitas pessoas também apresentam resistências diante dos ensinamentos da Igreja. Muitos hoje sofrem quando o Evangelho pede nosso abandono ao poder e ao domínio. O pior é quando as lideranças pastorais de hoje se colocam acima dos demais membros. Isto machuca a vivência de muitos que atuam na comunidade e vivem sua fé.
Por isso, todos devemos nos colocar a serviço do Reino. Apresentemo-nos como servos sempre disponíveis e sem medida, Principalmente, sem escolher lugares; afinal nosso lugar é estar sempre ao lado dos outros. Ali é o lado de Jesus!
Nas relações familiares, interpessoais ou corporativas, sempre se coloque ao lado de quem vive junto de você. Ali está o lado mais agradável que Deus deu para você!

Pe. Roberto Luiz Preczevski
Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos